segunda-feira, março 05, 2007

Jornalismo, Jornalismo...

Até que estou gostando da nova faculdade. Tirando a professora de "História da Comunicação". Ela quer que aprendemos Mandarim, pois é a língua do futuro. Não que não leve fé nisso, mas não é algo que quero discutir numa aula dessa.
Agora, Psicologia da Comunicação (acreditava que seria um porre) tá me supreendendo. Principalmente o texto da primeira aula. Aliás, abaixo vai dois trechos que provam que minha futura profissão é tão suja como qualquer outra, ou até mais. Mas mesmo assim, eu adoro!

"A pesquisa de Hester (1976) mostrou que, de cada 100 notícias enviadas do bureau da Associated Press de Buenos Aires para o quartel central dos Estados Unidos, apenas 8 eram aproveitadas. Mas o mais sério era que das 8 aproveitadas, 4 eram notícias que falavam de violência e de criminalidade – quando das 100 originais, apenas 10 eram sobre o assunto. Com isso, os países informados por essas agências vão formando opinião, construindo imagens sobre determinados povos, identificando-os como criminosos e violentos. Não é difícil, posteriormente, legitimar uma invasão ou retaliações sobre populações que, para a grande maioria, são criminosas e violentas..."
"A busca desenfreada do lucro e uso dos Meios de Comunicação para apoiar tal prática chegam até o limite criminoso de matar ou destruir populações inteiras. Veja-se, como exemplo, o caso da multinacional Nestlé, criadora do leite “que substitui o leite materno”. Esta empresa fez uma intensa propaganda de seu produto por todo o mundo subdesenvolvido. Inicialmente, fornecia brindes gratuitos do leite. Com isso, as mães e crianças se acostumaram ao novo produto e deixavam de amamentar. Mas essas mães precisavam, depois, continuar a comprar leite e não possuíam recursos suficientes, pois seu preço era demasiado alto. Compravam somente a metade, ou diluíam o leite em mais água. Na maioria dos casos, não era possível ter os cuidados necessários de higiene e esterilização das mamadeiras como são exigidos. Devido a isso, milhões de crianças morreram. A Nestlé foi convicta da morte de mais ou menos 9 milhões de crianças devido a essa prática. Em alguns países onde, antes da Nestlé, 90 das mães amamentavam até os seis meses, depois da entrada da multinacional a proporção baixou para 15 a 20%. Este é apenas um exemplo trágico da mudança indiscriminada de padrões culturais impostos através dos Meios de Comunicação Social."
A REALIDADE DA COMUNICAÇÃO – VISÃO GERAL DO FENÔMENO
Pedrinho Guareschi
Comunicação e Controle Social – Vozes 1991

Um comentário:

Anônimo disse...

Feliz em saber que está gostando da nova faculdade!

Aproveitando, por isso que não perco tempo assistindo novelas....

kkkk