segunda-feira, outubro 22, 2007

Mudanças


A saudade é algo que incomoda, é uma sensação estranha, angustiante. Mas se tem saudade do que? Pessoas? Situações? Sentimentos? Na verdade não se sabe só se tem saudade.
E o que mais impressiona é quando matamos a saudade. Por exemplo, uma viagem com velhos amigos a mata. Mas o incrível, é que parecem outras pessoas, não aquelas que convivíamos que víamos quase sempre, mas mesmo assim há uma saudade a matar. Algo a se preencher, contar aquilo que é tão disperso para quem está longe.
Mas uma amizade sobrevive a tantas mudanças? Amizade permanece quando há pessoas diferentes? Eu não sei. Só sei que só com eles, "brinca-se" de BOPE, tenta-se seduzir pobres garotas por um DVD, alguns tomam uma "fanfarrada" logo de cara e são obrigados a brincar de mão nega, fazem de uma baleia a maior diversão em uma piscina, joga-se futebol como crianças de 10 anos que escolhem times e jogadores para baterem a falta e narram o jogo como se fosse real. Os grupinhos se dividem em meninos e meninas para fofocarem sabem Deus o quê. Conversas acontecem como se estivéssemos voltado uns dois, três anos no tempo. As piadas são toscas como anos atrás. A dificuldade em andar em um caiaque é a mesma...
Sim, eles mataram a saudade. A saudade do convívio. A saudade da amizade. Eles sabem que ninguém vai voltar a ser o que era, mas cada um guarda, conserva da sua maneira cada pessoa, cada momento feliz, cada viagem a Atibaia.