Eu não quero discutir o quanto o brasileiro é favor a corrupção, quando ela o favorece, mas sim fatos.
Muito se fala desde ontem sobre a polêmica antecipação da janela de tranferência concedida pela CBF através da FIFA.
O maior beneficiado, claro, é o Internacional. Nas vésperas de uma semifinal de Libertadores contra o copeiro time do São Paulo, ganha os reforços de Tinga, Renan e Rafael Sobis, sendo esse último carrasco do time do Morumbi na última decisão de Libertadores que eles chegaram.
Essa decisão está revoltando os são paulinos, e que com todas as justificativas se sentem perseguido pela CBF, mais especificamente por Ricardo Teixeira, que não tem uma grande amizade com o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio.
Ok. Isso tudo está errado. Podemos considerar essa antecipação até uma virada de mesa. E eu pensava que no futebol brasileiro não teríamos mais isso, depois de ver Corinthians, Botafogo e tantos times grandes caírem pra 2ª divisão.
Mas o São Paulo em sua história não é tão santo em relação a "mudanças de última hora". Relembremos 2 fatos:
1º: O São Paulo já foi beneficiado por decisão semelhante, num caso diferente. Na final do Paulistão de 1998, a Federação Paulista permitiu a inscrição do meia Raí apenas para a última partida, a finalíssima contra o Corinthians. Raí entrou, fez gol, o São Paulo venceu por 3 x 1 e foi campeão.
Mas há um ponto a favor do São Paulo, o regulamento do Paulistão não fazia referência a prazo de inscrição, o que dava o direito a qualquer clube de inscrever qualquer jogador a qualquer momento. Hoje, a janela de transferências foi alterada.
2º: Em 2005, o Santos F.C. tinha um time competitivo, com boas chances de faturar a Libertadores. Eram tempos de Robinho, Elano, Ricardinho, Deivid, Leo...
Só que a partir das quartas de final da competição, houveram mudanças.
Primeiro, a CBF tratou de levar Robinho e Elano para a seleção, para serem bancos.
A seguir, o SPFC armou junto com o Atletico-PR para barrarem a inscricao de Giovanni, baseados numa regra do torneio do ano anterior, que não constava no regulamento de 2005.
Um dos maiores absurdos já acontecidos na história do direito desportivo, e que o inepto do Dr. Mário Mello, então advogado do Santos, não teve a mínima competência de evitar.
Pra fechar o caixão, Simon entrou em campo e não deu 3 pênaltis claros pro Santos.
Resultado: O Santos foi desclassificado pelo ridículo time do Atlético-PR, que eliminou os mexicanos (que todos já sabiam que jogariam com o time reserva) e foi à final contra o São Paulo. Ou seja, o time do Morumbi teve uma das finais mais fáceis da história da Libertadores.
O SPFC, esperto, tinha tratado de eliminar no tapetão o seu principal concorrente na corrida pelo tri na Libertadores.
Pau que dá em Chico dá em Francisco.